Sybil

Sybil

1988

Nova York. Sybil Dorsett (Sally Field) é uma jovem mulher que desenvolveu várias personalidades, como mecanismo de defesa para os abusos que sofreu nas mãos da sua mãe, Hattie (Martine Bartlett). Assim Sybil criou personalidades bem distintas: a agressiva Peggy Lou, a potencialmente suicida Mary, o bebê Sybil Ann e muitas outras, totalizando mais de dez. Uma psicanalista, Cornelia Wilbur (Joanne Woodward), diagnostica a condição de Sybil e tenta ajudá-la, apesar de saber que está lidando com um caso único.

 É a história das muitas personalidades de Sybil, nome fictício, criado para proteger a identidade da paciente. Sybil foi artista e professora de arte. A análise foi levada a efeito durante onze anos, e foi a única psicanálise de uma personalidade múltipla até então realizada. Esta narrativa vigorosa e absorvente acompanha o desenrolar estranho, angustioso e divertido da história das muitas facetas de Sybil. Envolvendo a reconstituição dos primeiros e chocantes anos de sua vida, até a integração das muitas personalidades numa única.

Baseado em horas de conversa com os principais personagens, em notas feitas pela Dra. Wilbur, durante a análise, em diários e ensaios de Sybil, em gravação das personalidades verdadeiras e na acareação da autora, com cada uma das dezesseis personalidades de Sybil, este livro conta a história da luta desesperada de uma mulher que quer voltar a ser uma só.

O fenômeno que ocorreu em Sybil é um caso extremo do que ocorre em todos nós: todos possuímos personificações de vários aspectos que rejeitamos e/ou desconhecemos em nós mesmos. De vez em quando essas subpersonalidades vêm à tona na forma de pensamentos, sentimentos, sensações, intuições, memórias e atos que fazemos sem intenção. Infelizmente, a maioria não se dá conta de que conta com divisões dentro de si e que não é apenas “Fulano” ou “Beltrano”, mas muitas vezes várias espécies de “Sicranos”… Decididamente não somos uma pessoa, mas várias, embora estas estejam a todo tempo relativamente sob controle da nossa personalidade central: nosso eu (ou ego, como se diz em psicologia). Essa ilusão tem várias conseqüências para o indivíduo.

Uma delas, talvez uma das principais, seja a de não nos permitirmos portar sentimentos e pensamentos opostos, por exemplo, por uma mesma pessoa. Porém, se refletirmos adequadamente, perceberemos que certa pessoa comportou-se agradável e detestavelmente para conosco. Nada mais natural do que portarmos sentimentos ambíguos… No entanto, pensamos que somos doentes ou que somos contraditórios porque carregamos semelhantes contradições.

Outros fenômenos, estudados pela psicologia, podem complicar ainda mais esse fato. Podemos, por exemplo, transferir sentimentos (inclusive os já citados sentimentos ambíguos) para outras pessoas que, de alguma forma inconsciente, se associem aos nossos pais. Então aí teremos maiores razões muito mais fortes para nos condenarmos.

Sybil é um caso muito ilustrativo da nossa experiência cotidiana e por isso nos fascina. Ela não se encontra longe de nós, mas impregna nossa vida muito mais do que um simples romance fictício…

Charles Alberto Rezende

Especialista Junguiano pelo IJEP – Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa

 

 

 

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